quarta-feira, 9 de novembro de 2011

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Não sei ao certo onde eu parei no tempo. Pra onde se foram os anos, a escola, os amigos. Não  sei se algum dia eu fiz realmente parte de alguma coisa. Eu não costumava sentir muita coisa. Se eu falava de sofrimento, de mágoa, de tristeza era por que eu não sabia o que significava.
Sempre olhei tudo de uma forma mais sensorial, sem objetividade, sem me ater as nuances. Minha adolescência inteira foi assim. Um emaranhado de imagens em preto e branco.

Eu tinha uma melhor amiga na escola e ela não significava nada. Me recordo do meu professor preferido e ele também não significou nada. Ninguém teve significado pra mim.

Mas eu me lembro do primeiro livro que eu li; A herdeira de Sidney Sheldon. Falava de uma garota que crescia isolada por não saber o que ela significa. Não era bonita na adolescência, mas era inteligente, sensível e cheia de bons sentimentos. Me identifiquei com a personagem por que era como ela.

Hoje eu entendo o quanto era isolada e o quanto isso me prejudicou. Me tornei a própria inércia; incapaz de lutar pelo que quer que fosse. Pode parecer besteira, mas eu tinha duas almas (é como consigo explicar melhor.), uma via tudo, falava, tomava decisões. Mas não era a verdadeira. Minha alma de verdade estava isolada em algum lugar e minha consciência estava nela. Também isolada. Incapaz de ver, de viver, de lutar...
O colegial acabou. Os anos foram passando e eu continuei vivendo e não vendo nada. Poucas coisas me marcaram nesse período.

Eu tinha uma prima que tinha câncer. Um dia fui visitá-la e ela não estava muito bem. Quando estávamos saindo eu senti vontade de dar um abraço nela. Mas não o fiz.
Ela morreu uma semana depois. Foi a primeira vez ,em muito tempo que senti arrependimento e foi horrível. Jurei pra ela que viveria por nós duas. Mas hoje me sinto uma mentirosa. Incapaz de cumprir algo que não poderia descumprir.


E a dois anos atrás perdi minha avó materna.  Ela era gordinha, pequena e extremamente amável. Partiu de repente, sem que ninguém esperasse. Ela morava em outro estado e eu não a via a mais de 10 anos. Talvez se eu tivesse começado a trabalhar mais cedo teria dinheiro pra ir vê-la. Mais uma vez minha inércia me fez passar por algo que não tem volta.

Eu não tenho muita coisa. E quando digo isso, não me refiro a nada material, apesar de não ter muita coisa também. Não tenho história: vivi poucos relacionamentos, não tenho nenhum amigo próximo, não me decidi sobre carreira, não fiz muitas viagens.

Passo meus dias como um molusco: Me arrastando.

Então decidi que vou começar a viver, fazer diferente, fazer valer a pena. Primeiro devagar, mudando pequenas coisas, tomando decisões, me livrando dessa outra alma, da qual não preciso, e vou me colocar em movimento. Depois coisas maiores.

Sempre houve em mim um impulso de ser grande. De fazer coisas diferentes, de ir além. Então vou pôr em prática. Vou usar esse blog como um ponto de encontro de mim comigo mesma. Onde vou refletir sobre o que eu fizer. Espero que quem por aqui passar, leve uma lição pra toda a vida.

Quando te dizem que a vida é curta, estão mentindo. A vida é longa e você vai carregar sua bagagem por muito tempo. Há coisas que jamais você poderá mudar e coisas que vão te fazer sofrer pra sempre. Mas você pode fazer outras boas, das quais vai se orgulhar pra sempre.

Se não gosta de como as coisas estão, mude. Faça diferente, tome a iniciativa e refaça os planos.  VOCÊ vai carregar o peso de suas escolhas e ter responsabilidades não é estar em uma prisão.

Eu vou viver...

Um comentário:

  1. Olá minha querida amiga Pequena Ximena!!!
    Minha amiga, é isso ai, recebemos este maravilhoso presente que é a vida e devemos fazer o possível para viver em sua plenitude, buscar a felicidade e a harmonia... Foi nos dado o direito de escolha, podemos escolher o nosso caminho, que ele seja o melhor... podemos recomeçar a cada novo dia, não podemos mudar o passado, mas podemos construir um lindo presente, pois a cada dia basta o seu fardo...
    Parabéns pelo blog, é lindo!!!
    Tenha uma linda e abençoada tarde, recheada com muitas alegrias!!!
    Abraços com carinho e muita paz!!!

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"Você pode me ver do jeito que quiser,
eu não vou fazer esforço pra te contrariar.
De tantas mil maneiras que eu posso ser,
estou certa que uma delas vai te agradar."

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Trecho de "Rosas", música que adoro da Ana Carolina.